domingo, 26 de abril de 2009

A FICHA CAIU...


Quando você gosta de alguém do fundo do seu coração, mesmo que você consiga racionalizar o quão desgastante é ser rejeitado, o sentimento fica lá dentro do seu pobre coração intacto. Podemos fingir que estamos bem e até acreditar por umas três horas que nos livramos daquela saudade e que agora “EU TÔ SOLTEIRA E NINGUÉM VAI ME SEGURAR”.
E não sei por que, mas sou daqueles tipinhos de pessoas que tem a necessidade de mostrar que está feliz, que está bem e logicamente somente pouquíssimas pessoas sabem o que realmente se passa. Acho que é porque não tenho dó de ninguém e não quero que as pessoas tenham de mim. Ah, sempre coloco purpurina na minha tristeza. Porque não quero o peso do meu sofrimento no meu olhar para que todos vejam.
E o tempo passa de forma fatal, uma semana longe, um mês longe, natal longe. Então você acha que está passando da hora de parar de chorar e resolve viajar com o seu melhor amigo. O destino não poderia ser outro a não ser a Cidade Maravilhosa, imaginei que vai ia ser o melhor Réveillon da minha vida e o Rio iria me abraçar como uma verdadeira carioca. Sabe o que acontece? Quando desci do avião e respirei aquele ar úmido e pesado, só me veio ele na lembrança. Por um milésimo de segundo me visualizei ali ao lado dele, e me deu uma tontura, meus olhos marejaram. E meu amigo me olhou e não disse nada. E tudo me lembrava ele, cada paisagem, aquele sotaque, aquele humor negro. Sabe o que fiz para não pensar nele? Virei praticamente uma beata, passava todos os dias na Catedral que fica no Centro da cidade e sempre parava uns minutinhos e fazia minhas orações, enquanto o meu amigo se jogava na night. Ficava toda a noite sozinha no hotel rezando e fazendo a minha novena (Detalhe: Quem me deu essa novena foi a minha madrasta e como o meu pai sempre deu muito trabalho ela me passou várias e salientou serem infalíveis). E num belo dia fui para a igreja em Copacabana e passei lá a tarde inteira, em pleno verão no Rio de Janeiro. Conversei com uma irmã e inculquei porque queria uma medalha da Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e não tinha, mas, ela me convenceu que a Nossa Senhora das Graças é a mesma da Medalha Milagrosa. E comprei super feliz a minha medalha e um cordão bem bonito. E pensei: Agora eu o esqueço, tenho até uma medalha oficial da Santinha. Coisa de doido, né!?
Mas fazendo uma retrospectiva de 5 meses atrás, vejo como melhorei em alguns aspectos, mordi a minha língua, chorei, viajei, conheci novas pessoas, músicas novas, lugares diferentes, mas o meu sentimento por ele continua aqui intocado. E cada tentativa de esquecê-lo, de jogar ele bem longe do meu coração, foi em vão.
Arrumo uma coisa nova toda hora e não consigo ficar quieta, talvez, para esquecer a sua falta. As mais importantes são: Saí da faculdade, entrei na academia, li vários livros e reconheço que sou uma boa menina, leal, amiga.
Só que não quero mais demonstrar que não sinto a falta dele e que ele não é importante pra mim. Mas me dou conta que apesar desse tempo todo e de toda a minha mudança, ele não me vê, fingi não me conhecer, não enxerga as minhas mudanças, as minhas qualidades. Porque simplesmente me acha incompatível, fácil, aberta demais pro homens, maluca. Se nega a admitir que o único homem que eu quero é ele, a ver como estou melhor, mais calma, mais amorosa. Ele não me quer!

A ficha não caiu. Nem vai. Não existe FICHA!!

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